O amigo vento

A casa da frente - Arquivo pessoal Quando pequenino gostava de ver o vento que aparecia pra mim sempre quando chovia no telhado da casa da frente. Alvo, dinâmico, serelepe, todo disponível à chuva. Parecia brincar livre sem bagagem de onde veio nem seta pronde vai. Já nos dias de maturidade, em certa chuva, me pegou de súbito. Era novo como outrora, de vivacidade inda mais invejável. Mas o vento não se vê, disse a razão. Mas é justo o que estás vendo, disse o sentido. Tão única foi aquela chuva e tão comum, capaz de re-trazer o amigo vento que despejou uma vez mais meu eu em mim. 21 de março - Dia Mundial da Poesia